Reflitamos um pouco:
O Sr. Ricardo Quadros Gouvêa, um conhecido pastor presbiteriano, e de merecido destaque no mundo acadêmico, recentemente fez lamentáveis afirmações sobre a teoria da evolução e sua relação com o conceito de literalidade e, portanto, autoridade inerrante da Palavra de Deus.
Após palestra num seminário em Vitória ele concedeu uma infeliz entrevista à revista COMUNHÃO, na qual, entre diversas frases de temerária ortodoxia, exprimiu conceitos como:
"Não há conflito [da teoria da evolução] com Gênesis 1 porque este não é um texto científico, mas religioso e poético, que fala sobre a relação de Deus com o homem e com a humanidade." (Negrito meu)
O artigo está acessível no endereço
http://www.nexteditorial.com.br/comunhao/materia.asp?idmateria=16811
A questão é: teria ele direito de compreender esta temática como quisesse? Aparentemente sim, mas só aparentemente...
Como Ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) que fez votos públicos de consciência, diante de Deus e dos homens, ele assumiu a Bíblia como Palavra de Deus, inerrante e autoritativa, nisto incluindo Gênesis 1, e não como obra poética, ao menos não neste texto declarativo da forma como o SENHOR criou o mundo e o homem, determinando-lhes atividades e valores morais. Há peças poéticas na Bíblia, mas não menos autoritativas, e nenhuma delas entre Gênesis 1 a 3.
Se gênesis fosse poesia, Moisés, Salomão, Paulo, Pedro e o Senhor Jesus que o citaram teriam laborado em erro interpretando-o como normativa para a criação, o casamento, o papel homem-mulher, a Igreja, etc.
Somado a isto, a Confissão de Fé de Westminster (IV.1), igualmente juramentada pelos oficiais da IPB como sendo a fiel exposição do ensino bíblico, também foi negligenciada:
CAPÍTULO IV - DA CRIAÇÃO - I. Ao princípio aprouve a Deus o Pai, o Filho e o Espírito Santo, para a manifestação da glória do seu eterno poder, sabedoria e bondade, criar ou fazer do nada, no espaço de seis dias, e tudo muito bom, o mundo e tudo o que nele há, visíveis ou invisíveis. Ref. Rom. 9:36; Heb. 1:2; João 1:2-3, Rom. 1:20; Sal. 104:24; Jer. 10: 12; Gen. 1; At. 17:24; Col. 1: 16; Exo. 20: 11. [Negrito meu]
As declarações do Sr. Ricardo Gouvêa lançam luz para repensarmos sobre tantos outros que firmam votos e não os cumprem.
Quero enfocar este tema.
Entendo que a questão é bem anterior às afirmativas que fluem dos lábios, é de consciência franca, sinceridade diante de Quem se faz votos. O problema está no coração, de onde fluem todos os intentos!!
Alegar independência para se pensar como quiser tem o limite do âmbito em que se pensa. O âmbito da IPB é limitado pela Bíblia Sagrada, Palavra de Deus inerrante em seus autógrafos, assumida pelos Concílios e fielmente exposta na Confissão de Fé de Westminster e seus Catecismos.
Liberdade em discordar destes conceitos basilares é aceitável intramuros, via concílios, sob boa argumentação, visando somar e paerfeiçoar o estabelecido, nunca dividir, retroceder ou desmerecer os fundamentos.
O debate é bem-vindo, quando definidos - e sinceramente aceitos - os pressupostos da temática. Revisemos, então, quais sejam nossos pressupostos!
Expor pensamentos públicos de obstinada contradição beira à rebeldia, qual a assumida e praticada - literalmente - por Eva, seguindo as sugestões de Satanás. Não à toa a Bíblia compara este pecado nada poético à feitiçaria.
Enquanto é tempo, vale dizer que o juízo de Deus sobre os impenitentes não faz rima.
Repensemos, pois, nossos votos!!!
Rev. Gilmar Araújo Gomes
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