São Paulo é um bom exemplo. Insistente em crescer como que em busca de algum recorde a ser quebrado, a paulicéia também foi absorvida, absorvida por ela mesma, absorvida pelo inesperado. Nessa absorção, dita moda, estimula conceitos, quebra barreiras, impõe-se pelo inesperado que é e representa. O polis já não é só polis, o polis agora é São Paulo; e São Paulo agora é mais que polis, é cosmopolita.
Saber disto tudo já não basta, é preciso ser absorvido. Ter noção do que se passa ou do que, pela pressa que há em São Paulo, já passou. Foi assim com o astronauta, é assim com quem está em São Paulo. Se bastasse já não seria cosmos, se bastasse já não seria São Paulo. É preciso mais: senti-la, talvez...conhecê-la por certo. Seu ar poluído, seu sol sem vigor, sua fala esquisita, sua cor. Vê-la de perto, entender seu ponto de vista, aceitar sua visão dos fatos, ver a sua cosmovisão.
Visão de algo que não se espera, algo inesperado; tão inesperado quanto o que há em suas esquinas. Visão de uma cidade que nos constrange a enxergar o mundo segundo sua cosmovisão paulistana.
E assim, absorvido pelo macro, o astronauta foi acometido de algo inesperado: seu forte desejo de retorno. Foi assim com o homem no espaço, é assim comigo em São Paulo.
1º semetre de 2001
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