13 de outubro [de 1859]
Dormi bem e com tanto sono que nem tirei os botins. Acordei às 5 e 40'. 6 e 7', em frente à Vila de Caribé, segundo calcula o Marques [sic]; não se vê terra. Tem me valido o canapé da baiúca; todos menos o Jacobina [1], enjoaram e o Feijó [2] com os balanços (caiu) duas vezes no canapé do camarote. Dizem que tem jogado mais o Apa, e não admira, pois está mais leve. Lavam a tolda de vassoura às 6 e 35'. Diz o Mar(ques) [sic] que veremos terra às 3 da tarde, desviando-se dela por causa da enseada de Vaza-Barris em que as águas correm para a terra.
8 h. - Vamos andando 9 milhas, deixando o Amazonas, e o Marques pretende andar 10. 12 1/2 - Entregam-me o ponto: Lat. obs. 11º 14 Lg. Pelo cronômetro 36º 30' , estamos a 50 milhas do S. Francisco, indo agora com tôda a força; as correntes atrasam-nos. 1 3/4 - Avista-se somente ao longe o Gonçalves Martins; andamos 9 milhas, dizem-me que se avista longe a ponta ou antes as montanhas do lado de S. Francisco.
3 e 21' - Avistam-se vapôres pela proa a 10 milhas. 4 e 40' [3]. Agora é que se avistam vapôres por detrás de uma ponta de areia da barra do S. Francisco. 5 e 34' passamos o cordão; o espetáculo foi belo e o Iguatemi, da estação de Pernambuco, salvou ao atravessarmos o cordão, acompanha-nos com um vapor pequeno e o Itajaí; o Pirajá está dentro embandeirado.
5 3/4 - Fundeamos com 7 braças de fundo. O deputado Mendonça [4] veio antes do presidente [5], o vapor pequeno é de reboque da província de Sergipe. Chega o capitão do pôrto de Aracaju e levou 11 horas a chegar aqui por causa de dar reboque a um polabote segundo disse o capitão-do-pôrto do Aracaju. Chega o comandante do Iguatemi e sua oficialidade [6]. 7 e 35 - Acabo de estar com o presidente e outras pessoas gradas das Alagoas. Já falei ao presidente sobre a navegação do S. Francisco e lhe disse que a minha demora na província das Alagoas, não contando a digressão do rio S. Francisco, devia durar menos de 15 dias.
O vento tem zunido, mas o vapor nem respira. Na ocasião do chá houve um pequeno pirajá.
5 3/4 - Fundeamos com 7 braças de fundo. O deputado Mendonça [4] veio antes do presidente [5], o vapor pequeno é de reboque da província de Sergipe. Chega o capitão do pôrto de Aracaju e levou 11 horas a chegar aqui por causa de dar reboque a um polabote segundo disse o capitão-do-pôrto do Aracaju. Chega o comandante do Iguatemi e sua oficialidade [6]. 7 e 35 - Acabo de estar com o presidente e outras pessoas gradas das Alagoas. Já falei ao presidente sobre a navegação do S. Francisco e lhe disse que a minha demora na província das Alagoas, não contando a digressão do rio S. Francisco, devia durar menos de 15 dias.
O vento tem zunido, mas o vapor nem respira. Na ocasião do chá houve um pequeno pirajá.
[1] Dr. Antônio de Araújo Ferreira Jacobina (1829-1896). Doutor em ciências físicas e matemáticas pela Universidade de Coimbra e bacharel em filosofia formado em Paris. Ajudante de mordomo da Casa Imperial. Fazia parte da comitiva como mordomo de viagem, segundo expressão do ofício de 2-IX-59 de Paulo Barbosa, conf. Livros da Mordomia, vol. [sic] pág.24 (Arquivo do M.I.).
[2] Dionísio da Cunha Ribeiro Feijó, of. de gab. do ministro do Império, já cit.
[3] Dêste ponto em diante foi o Diário de D. Pedro II publicado no Anuário do Museu Imperial, vol X, 1950, com introdução e notas de Alcindo Sodré. Por conter essa transcrição enganos e omissões, reproduzimo-la integralmente aqui.
[2] Dionísio da Cunha Ribeiro Feijó, of. de gab. do ministro do Império, já cit.
[3] Dêste ponto em diante foi o Diário de D. Pedro II publicado no Anuário do Museu Imperial, vol X, 1950, com introdução e notas de Alcindo Sodré. Por conter essa transcrição enganos e omissões, reproduzimo-la integralmente aqui.
[4] Dr. Manuel Joaquim de Mendonça Castelo-Branco (1820-1886) deputado pela província das Alagoas. Seria barão de Anadia em 1870. Receberia o oficialato da Roda, finda a visita imperial.
[5] Cons. Manuel Pinto de Sousa Dantas (1831-1894). Seria conselheiro de estado efetivo em 1879 e senador pela Bahia em 1878. Era presidente das Alagoas desde 1-IX-59. Viria a presidir a Bahia em 1865.
[6] Era comandado pelo primeiro-tenente da armada Domingos Joaquim da Fonseca e tinha a seguinte oficialidade: segundos-tenentes - Augusto Neto de Mendonça e Lúcio Joaquim de Oliveira, piloto - Anacleto da Silva Vieira, comissário - Joaquim Barbosa do Nascimento e escrivão - Cândido José Alves da Fonseca.
[6] Era comandado pelo primeiro-tenente da armada Domingos Joaquim da Fonseca e tinha a seguinte oficialidade: segundos-tenentes - Augusto Neto de Mendonça e Lúcio Joaquim de Oliveira, piloto - Anacleto da Silva Vieira, comissário - Joaquim Barbosa do Nascimento e escrivão - Cândido José Alves da Fonseca.
FONTE: D. Pedro II. Diário da Viagem ao Norte do Brasil, (Bahia: Publicações da Universidade da Bahia, 1959), pp. 95-97.
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