A sequencia a seguir é muito instrutiva para relembrarmos o Contra-Golpe que as Forças Armadas do Brasil impuseram à tentativa de revolução comunista em nossa nação:
1º) uma didática entrevista do jornalista e filósofo Olavo de Carvalho concedida à
RADIOVOX
2º) uma video-aula de história apresentada pelo historiador Mauro Abranches, em que os arquivos da KGB são apresentados nos registros do serviço secreto da Tchecoslováquia.
3º) um artigo do Prof. Olavo publicado no Diário do Comércio (
http://www.dcomercio.com.br/2014/03/23/a-kgb-no-brasil) com o título
A KGB no Brasil
O material a seguir confirma a presença comunista em todas as
mais importantes instituições brasileiras, antes mesmo da queda de
Jango. As suspeitas eram procedentes: já estávamos sendo influenciados
pelo comunismo. Portanto, 31 de março de 1964 marca um CONTRA-GOLPE ao que já estava em vigor.
50 ANOS DO CONTRA-GOLPE
O BRASIL NOS ARQUIVOS DE ESPIONAGEM DO BLOCO SOVIÉTICO
A KGB NO BRASIL
Publicado em Domingo, 23 Março 2014 18:57
http://www.dcomercio.com.br/2014/03/23/a-kgb-no-brasil
Quem leu o meu artigo "A história proibida", publicado no último número do
Digesto Econômico (
http://goo.gl/QKdEya), não deve perder o vídeo "O Brasil nos arquivos de espionagem do bloco soviético" (
http://www. youtube.com/watch?v= Dbt1rIg8FbI), que o confirma integralmente com documentos de fonte primária revelados pela primeira vez no mundo.
Os papéis, obtidos diretamente dos arquivos da polícia secreta da antiga
Checoslováquia, estavam, desde o fim do regime comunista, guardados no
acervo do Instituto para o Estudo dos Regimes Totalitários, na República
Checa, onde, com a ajuda de pesquisadores locais, foram encontrados por
Mauro Abranches, um tradutor brasileiro que mora na Polônia.
Sem qualquer intenção política, o autor do vídeo se abstém de opinar
sobre o conteúdo dos documentos. Apenas os exibe e traduz. Mas eles
falam por si, e o que dizem compõe um requisitório devastador contra a
pseudo-historiografia, sectária e mendaz, que há décadas intoxica a
mentalidade dos brasileiros com uma versão unilateral e deformada de
sessenta anos da vida política nacional.
O que caracteriza essa bibliografia, consagrada no mercado editorial, na
grande mídia e nos currículos universitários como verdade de evangelho,
é a balela pueril de que tudo o que aconteceu na política brasileira,
nos anos 60-70 do século 20, foi o conflito entre agentes de uma
superpotência imperialista, armados até os dentes, e, do outro lado, um
punhado de bravos patriotas minoritários, isolados e entregues
praticamente inermes à mercê de um poder tirânico e repressivo.
Quando reconhecem que a luta foi um episódio da Guerra Fria, buscam dar a
impressão de que esta se travou entre os americanos e um grupo de
brasileirinhos desamparados.O antagonista maior dos EUA, a URSS,
desaparece por completo, dando a entender que a ameaça comunista, na
época, era um delírio de direitistas paranóicos ou a desculpa
esfarrapada dos golpistas para derrubar um governo democraticamente
eleito.
Milhares de livros, reportagens, teses universitárias e especiais de TV
construíram e defenderam laboriosamente essa versão, que se baseava e se
baseia até hoje, essencialmente, em dois pilares: (a) a repetição
servil e obstinada do que os serviços secretos soviéticos mandaram
dizer; (b) a ocultação sistemática da atuação da KGB e de seus parceiros
tchecos no Brasil.
Complementarmente, o papel dos EUA na produção dos acontecimentos
aparece monstruosamente ampliado, a despeito do fato de que na época nem
mesmo o chefe da KGB no Brasil, Ladislav Bittman, sabia de qualquer
agente da CIA lotado no país e até hoje nenhum nome de espião americano
comprovadamente associado ao planejamento do golpe de 1964 jamais
apareceu. Nem um único sequer.
Em 1985 Bittman publicou o livro de memórias
The KGB and Soviet Disinformation
,no qual confessava que a história da participação americana na
derrubada de João Goulart fôra inteiramente inventada pelos seus
subordinados, na base de documentos forjados.
A "Operação Thomas Mann" ou "Operação Toro", como a chamaram seus
criadores, ditou os termos em que a história do golpe deveria ser
escrita. Até jornalistas do calibre de um Otto Maria Carpeaux ajudaram a
impingi-la ao público. E ainda hoje a vontade de Moscou é obedecida sem
discussões por milhares de jornalistas, historiadores e professores
neste país.
Não há talvez, na história do mundo, exemplo similar de tão duradoura
fidelidade residual às ordens de um regime extinto. Desde 2001 insisto
que entrevistar Bittman seria o dever estrito de qualquer historiador ou
jornalista que desejasse contar com honestidade a história de 1964,
mas, é claro, fui sempre recebido com um silêncio desdenhoso. A
hipótese, então, de investigar mais amplamente nos arquivos soviéticos a
penetração da KGB no Brasil, essa era repelida como um verdadeiro crime
de lesa-pátria.
Mas agora não se trata só da palavra de um agente secreto aposentado ou
do clamor de um articulista maluco. São centenas de páginas de um acordo
oficial assinado no início dos anos 60 entre a KGB e o serviço secreto
checo (STB) para operações no Terceiro Mundo, incluindo o Brasil.
A conclusão é incontornável: enquanto a ação dos serviços secretos
americanos nas altas esferas da vida nacional primava pela rarefação ou
pela completa ausência, a KGB-STB estava infiltrada e atuante em todos
os escalões do poder, incluindo-se aí ministérios, empresas estatais e
Forças Armadas, instituições científicas e educacionais e, é claro,
grande mídia. A "ameaça comunista" nunca foi um pesadelo de malucos ou
uma "teoria da conspiração", mas sim uma presença intrusiva e
avassaladora, o mais profundo golpe já desferido na soberania nacional.
Os documentos trazem, junto com o plano, um extenso relato das operações
já em curso de realização, com os nomes das entidades infiltradas, das
ações aí empreendidas e, melhor que tudo, dos agentes encarregados.O
prof. Abranches, com muita razão, pede que esses nomes não sejam ainda
denunciados, por ser impossível distinguir, num primeiro momento, quais
deles são de agentes profissionais e quais os de pessoas que foram
forçadas a colaborar com a polícia secreta mediante chantagem ou ameaça.
Não comentarei, portanto, aqueles que pude ler na tela e reconheci de imediato.
Só digo uma coisa: muitos desses velhos servidores de uma potência
genocida ainda estão por aí, brilhando nos jornais e nas cátedras, com
as caras mais respeitáveis do mundo, ludibriando diariamente o público
brasileiro. "Não existe ex-KGB", ensina Vladimir Putin.
Olavo de Carvalho é jornalista, ensaísta e prof. de Filosofia